Para a diretora da unidade, Andreia Oliveira da Silva, este encontro é movido por três alicerces, o ensino profissionalizante, o trabalho e o resgate da auto-estima. “Através desses três pontos, a unidade acredita e disponibiliza oportunidades. Assim, cumprimos a nossa missão de oferecer a chance de uma vida melhor”, comentou.
O evento apresentou as sete finalistas do concurso que receberam aulas de dança e postura ministradas pelo instrutor George Louzada, diretor da ala de passistas da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel. “Em duas semanas, essas meninas aprenderam a sambar, a usar salto alto e se redescobriram como mulheres. Estou realizado. Acho que esse concurso foi um passo inicial para que as participantes vissem outro mundo”, contou.
Ao final da cerimônia, o subsecretário geral, Cel. Ipurinan Calixto Nery, o subsecretário adjunto de Tratamento Penitenciário, Marcos Lips, a Coordenadora de Inserção Social, Fernanda dos Reis Lopes, o vice-presidente da Sebastiana (Associação Independente dos Blocos de Rua da Zona Sul, Centro e Santa Teresa), Jorge Sápia, e os representantes da Mocidade, Álvaro Pasini e Beth da Mocidade, compuseram a mesa de jurados e votaram para eleger a primeira musa do samba.
Os pré-requisitos para participar foram beleza, elegância, postura, samba, carisma e simpatia. Ingrid de Araujo Faria venceu o concurso, Flavia Lopes Maia ficou em segundo lugar e Gabriele Henrique da Silva foi a terceira colocada. Segundo o subsecretário Calixto, é de suma importância que as unidades prisionais tenham iniciativas como esta. “Um evento como este mexe positivamente com a auto-estima das nossas custodiadas. Isso vai interferir na perspectiva de uma vida diferente lá fora. Parabenizo as participantes, porque nenhum concurso é fácil, e também a direção da unidade pela iniciativa”, declarou.
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), com apoio da Mocidade, a Associação dos Artesãos do Estado do Rio de Janeiro (AART) e a Associação de Mulheres Empreendedoras do Brasil (Amebras) também oferece o curso de aderecista que visa capacitar as internas na profissão, preparando-as para compor uma equipe de adereços em eventos, espetáculos e apresentações audiovisuais.
Com dois encontros por semana, completando 50 horas/aula, as detentas recebem aulas de desenho e construção de adereços: tecnologias, técnicas e ferramentas, levantamento e listagem para pesquisa, compra e fabricação. Além disso, elas aprendem com o instrutor Marcos Sales, diretor do barracão Estrelinha da Mocidade, os principais efeitos especiais mecânicos e suas técnicas e também fazem exercícios práticos de construção de adereços com diferentes materiais.
Segundo ele, o objetivo principal desse curso é proporcionar a transformação. “Eu entrei com uma mente e estou saindo com outra. Com o empenho e esforço de cada uma, no próximo carnaval, elas terão bagagem profissional para atuar em qualquer escola de samba do grupo especial”, motivou.
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